Bolsa argentina despenca mais de 50% em dólar e vive pior ano desde 2008

Escrito por: Equipe Bolso do Investidor
Data da publicação: 13 de setembro de 2025


Queda de mais de 50% em dólar: dados alarmantes

O índice S&P Merval, da bolsa de Buenos Aires, acumula até o dia 9 de setembro uma queda de 50,35% em dólares no ano. É o pior desempenho anual entre 21 bolsas acompanhadas pela consultoria Elos Ayta, e o índice não sofria recuo desse porte desde a crise financeira global de 2008.


Contraste com valorização global

Enquanto a bolsa argentina enfrenta perdas volumosas, outros mercados internacionais se destacam positivamente: por exemplo, a Colômbia lidera com valorização de 51,08% também em dólar, seguida por Espanha e Itália, com ganhos expressivos. Esse contraste evidencia a magnitude da crise local.


Desempenho em pesos vs. em dólares

Embora o recuo seja severo em dólares, em moeda local — o peso argentino — a queda é menos pronunciada. A desvalorização cambial tem agravado a deterioração do patrimônio dos investidores que convertem os ativos em dólar, cenário que penaliza fortemente quem tinha exposição cambial ou investimentos internacionais.


Contexto econômico e político de fundo

Vários fatores internos contribuem para essa derrocada. A Argentina enfrenta forte inflação, incertezas políticas — especialmente com expectativas sobre as políticas econômicas do presidente Javier Milei — e déficits fiscais recorrentes. Houve anteriormente um rali expressivo em 2024, em que o índice subiu mais de 100% em dólar, mas esse impulso se reverteu rapidamente diante de choques múltiplos.

Além disso, a escassez de reservas internacionais, dificuldades para rolar dívida externa, e sobrecarga de custos de importação são desafios estruturais que pesam para os investidores e para a estabilidade macroeconômica.


Impactos para investidores e mercado local

  • Investidores estrangeiros tendem a evitar ativos locais ou exigir prêmios de risco muito elevados, o que pode aumentar o custo de capital para empresas argentinas.
  • A desconfiança no ambiente regulatório e cambial pode intensificar saídas de capital ou desaceleração de novos aportes.
  • Para quem está exposto ao peso argentino ou tem investimentos cujos retornos dependem de moeda estrangeira, a queda em dólares representa perdas reais de patrimônio.

Fechamento explicativo:
A bolsa argentina está hoje entre os mercados mais castigados do mundo em 2025. A combinação de desvalorização cambial, instabilidade política e crises econômicas estruturais ampliou as perdas expressas em dólares para níveis comparáveis aos da crise de 2008. Para investidores, o momento exige cautela redobrada com exposição internacional — e para quem opera localmente, é essencial acompanhar de perto como as políticas de governo, inflação e câmbio evoluirão nos próximos meses.


Fontes consultadas ao final

InfoMoney – (infomoney.com.br)