Exportações do agro crescem pouco: receita sobe 1,5% em agosto, mas acumulado anual segue estável

Escrito por: Equipe Bolso do Investidor
Data da publicação: 12 de setembro de 2025


Receita de agosto: leve avanço impulsionado por commodities chave

Em agosto de 2025, o agronegócio brasileiro exportou cerca de US$ 14,29 bilhões, valor que representa um crescimento de 1,5% em comparação ao mesmo mês de 2024. Os produtos que mais contribuíram para este resultado foram soja, milho e carne bovina. No caso da carne bovina, os preços mais elevados ajudaram a elevar a receita, enquanto a soja teve desempenho mais moderado devido a cotações menores. O milho também teve um desempenho positivo, impulsionado tanto por volume exportado quanto por preços.


Soja, milho e café: contrastes de desempenho

  • Soja: a receita subiu cerca de 11%, com vendas totais em torno de US$ 3,88 bilhões. A demanda continuou firme, mas as cotações mais baixas frearam uma alta maior.
  • Milho: cresceu cerca de 17% frente a agosto de 2024, chegando a aproximadamente US$ 1,36 bilhão. Tanto aumento de volume quanto preço contribuíram para esse desempenho.
  • Café: apesar de uma queda de cerca de 30% no volume, o produto conseguiu registrar alta de ~2% na receita, alcançando próximo de US$ 971 milhões, graças aos preços internacionais mais elevados.

Principais compradores e efeitos do câmbio

A China segue sendo o maior mercado para os produtos do agro brasileiro, com importações que somaram aproximadamente US$ 5,12 bilhões em agosto — alta de cerca de 33% em comparação ao mesmo mês de 2024. A União Europeia ocupa a segunda posição, comprando cerca de US$ 1,9 bilhão.

Apesar desse progresso pontual de agosto, o acumulado do período de janeiro a agosto mostra que a receita total com exportações do setor agropecuário brasileira ficou em US$ 111,69 bilhões, mantendo-se praticamente estável frente ao acumulado do ano anterior.


Desafios e pontos de atenção para o setor agroexportador

  • A oscilação de preços internacionais influencia fortemente o resultado final, especialmente em produtos como soja e café, onde deteriorações de cotação podem reduzir ganhos mesmo com volume exportado elevado.
  • Problemas logísticos, custos de transporte e desequilíbrios cambiais seguem como variáveis que afetam competitividade, sobretudo para produtores com margens menores.
  • A dependência de mercados externos específicos, como a China, pode gerar vulnerabilidade caso haja mudanças em política comercial, tarifas ou exigências fitossanitárias.

Fechamento explicativo:
O crescimento de 1,5% nas exportações em agosto indica que o agronegócio continua sendo uma força estabilizadora para a economia brasileira, mas os dados também mostram que não há uma aceleração clara neste momento. Com o acumulado anual praticamente estável, o setor precisa superar desafios como custos logísticos, variações de preço e dependência de grandes compradores para sustentar crescimento mais consistente.


Fontes consultadas ao final