Escrito por: Equipe Bolso do Investidor
Data da publicação: 16 de setembro de 2025
Queda mais intensa que o previsto
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), apresentou queda de 0,5% em julho de 2025 em relação a junho, já descontados os efeitos sazonais. O resultado foi pior do que a expectativa do mercado, que projetava retração de cerca de 0,2% no período.
Esse é o terceiro mês consecutivo de queda do indicador, sinalizando perda de fôlego da economia brasileira no segundo semestre.
Acumulado do ano e comparação anual
Na comparação com julho de 2024, a atividade apresentou alta de apenas 0,4%, evidenciando desaceleração frente a meses anteriores. No acumulado de 12 meses, o índice mostra crescimento modesto de 1,7%, confirmando que o ritmo da economia permanece enfraquecido.
Esse desempenho frustra parte das projeções mais otimistas que esperavam retomada gradual após sinais positivos registrados no início do ano.
Setores que mais pesaram no resultado
Embora o Banco Central não detalhe diretamente os componentes do IBC-Br, analistas de mercado apontam que três fatores foram determinantes para o recuo de julho:
- Indústria: apresentou queda relevante, em linha com a redução de produção em segmentos como automotivo e bens de capital;
- Serviços: após meses de crescimento, houve acomodação em atividades ligadas a transportes, turismo e tecnologia da informação;
- Agropecuária: sofreu com retração pontual em lavouras específicas, em meio a efeitos climáticos e sazonalidade da safra.
Reação do mercado e política monetária
A queda mais forte da atividade levanta questionamentos sobre o ritmo da economia no restante do ano. Alguns economistas avaliam que, diante da desaceleração, o espaço para corte da taxa Selic pode aumentar em 2026. No entanto, o cenário ainda depende da trajetória da inflação e da manutenção do equilíbrio fiscal.
Para investidores, o resultado gera cautela: ao mesmo tempo em que aponta para menor crescimento, pode abrir espaço para políticas de estímulo adiante. O impacto imediato foi visto em leve pressão sobre o câmbio e nos juros futuros.
Fechamento explicativo:
O recuo de 0,5% na atividade econômica em julho reforça a percepção de que a economia brasileira enfrenta um período de desaceleração, combinando fraqueza industrial, acomodação nos serviços e instabilidade no agro. O dado serve como alerta para governo, mercado e investidores: ainda que o crescimento anual se mantenha positivo, a tendência indica necessidade de cautela nas projeções e atenção redobrada à condução da política monetária nos próximos meses.
Fontes:
