Copom deve manter Selic em 15% e sinalizar política monetária rigorosa até 2026

Escrito por: Equipe Bolso do Investidor
Data da publicação: 17 de setembro de 2025


Expectativa de estabilidade nos juros básicos

Nesta quarta-feira, 17 de setembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve anunciar a manutenção da taxa Selic em 15% ao ano. A decisão reflete consenso entre economistas de que a política monetária continuará em patamar significativamente contracionista, até que haja confirmação de que a inflação de curto prazo realmente esteja recuando de forma sustentada.


Corte de juros só em 2026

Apesar da manutenção dos juros neste momento, o mercado já projeta que o primeiro corte da Selic acontecerá somente a partir do próximo ano. Há divergência sobre quando exatamente isso vai ocorrer — as apostas vão de janeiro a março de 2026. Gestores de fundos e instituições financeiras já ajustaram suas projeções de longo prazo para refletir este cenário mais tardio de flexibilização monetária.


Variáveis que pesam para o Copom

A decisão de manter a taxa base dos juros é influenciada por diversos fatores:

  • Dados de inflação mostram melhora recente, mas os índices de serviços ainda permanecem resistentes, mantendo pressão sobre os custos.
  • Mercado de trabalho com emprego e renda em níveis elevados, o que sustenta a demanda e limita o alívio inflacionário.
  • Valorização do real frente ao dólar, que contribui para conter pressão externa sobre preços, mas cuja sustentação ainda é vista com cautela.
  • Cenário externo: embora haja expectativa de cortes de juros nos Estados Unidos, incertezas globais e pressões inflacionárias internacionais continuam influenciando o ambiente de risco.

Projeções dos gestores de investimentos

Uma pesquisa com gestores mostra que eles esperam que a Selic termine 2026 em torno de 12,25% ao ano, uma previsão alinhada à visão de que a política monetária permanecerá restritiva por vários trimestres. Também foi observado que as projeções de inflação para este ano foram ligeiramente reduzidas, mas permanecem acima da meta oficial estabelecida, reforçando a necessidade de cautela.


Fechamento explicativo:
Manter a Selic nos atuais 15% mostra que o Banco Central está focado em consolidar a redução da inflação antes de iniciar qualquer flexibilização. Para investidores, isso reforça que quem está em renda fixa, especialmente em ativos atrelados a juros, pode se beneficiar neste período. Também sugere que ativos de risco — que tendem a reagir melhor a cortes de juros — só devem começar a ganhar tração no mercado a partir de 2026, se os indicadores domésticos seguirem melhorando.


Fontes: