Ibovespa fecha praticamente estável após sequência de recordes; Petrobras e Vale pesam

Escrito por: Equipe Bolso do Investidor
Data da publicação: 19 de setembro de 2025


Breve respiro após séries históricas

Depois de três sessões consecutivas renovando recordes, o Ibovespa fechou o pregão com leve queda de 0,06%, aos 145.499,99 pontos, mostrando que o mercado preferiu assimilar ganhos recentes em vez de continuar apostando em altas rápidas. A baixa é pequena, porém simbólica, dado o otimismo que vinha guiando os últimos dias.


Câmbio e juros futuros refletem cautela

O real valorizou-se em 0,33%, chegando a R$ 5,319 frente ao dólar. Essa valorização ajuda a aliviar parte da pressão inflacionária importada. Paralelamente, os juros futuros (DI) subiram ao longo de toda a curva, sugerindo que os investidores estão precificando uma Selic que vai se manter alta por mais tempo, ou ao menos sem cortes iminentes, após o comunicado rígido do Copom.


Setores e papéis que pesaram no desempenho

  • Vale (VALE3) recuou cerca de 0,19%, prejudicada pela queda dos preços internacionais do minério de ferro no dia.
  • Petrobras (PETR4) apresentou queda maior, cerca de 0,98%, com o petróleo no mercado externo operando em baixa, o que reduziu a atratividade do setor de energia no curto prazo.
  • Em contrapartida, Natura (NATU3) disparou com alta expressiva de 16,46% — movimento muito acima da maioria, atribuído a expectativas positivas em relação a anúncios da empresa ou ganhos inesperados, o que capturou o interesse especulativo do mercado.
  • Outros destaques incluíram empresas de varejo, saúde e consumo que tiveram performances variadas, algumas puxadas por ganhos pontuais ou notícias corporativas.

Tendência de médio prazo: altas acumuladas e risco de correção

A evolução semanal mostra ganhos expressivos — o índice acumulou cerca de +2,27% na semana, junto com alta de +2,88% no mês. No trimestre (3T25), o acumulado está em torno de +4,79%, e no ano, o Ibovespa marca +20,96%. Esse desempenho forte, porém, aumenta a probabilidade de correções técnicas, especialmente se vierem sinais negativos de inflação, câmbio ou política monetária.


O que o mercado observou no comunicado do Copom

  • O Copom confirmou a manutenção da Selic em 15% ao ano, mas com discurso mais firme do que alguns investidores esperavam — houve indicação de que a taxa pode subir se necessário.
  • As projeções de inflação para o horizonte de 18 meses à frente foram revisadas para cerca de 3,4%, um pouco acima do que muitos esperavam. Isso reforça a percepção de que juros elevados vão continuar sendo necessários para alinhar inflação e expectativas.

Fechamento explicativo:
O pregão de hoje ilustra clara tensão entre o otimismo externo — aliado a expectativa mundial de cortes nos juros — e o interno, em que o Banco Central se mantém firme no discurso de prudência. Para o investidor, isso significa que há valor em se manter posição em ativos de risco, mas com atenção: papéis de empresas com fundamentos robustos, balanços saudáveis e boa governança tendem a segurar melhor momentos mais duros. Corredores de correção estão mais visíveis, sobretudo se surgirem dados econômicos locais desfavoráveis ou choques externos.


Fontes consultadas ao final

  • InfoMoney – Ibovespa fecha com leve queda, com Vale e Petrobras em baixa e disparada de Natura (infomoney.com.br)