Inflação alivia e consumo de alimentos nos lares cresce em agosto

Escrito por: Equipe Bolso do Investidor
Data da publicação: 18 de setembro de 2025


Queda nos preços de alimentos dá alívio ao orçamento familiar

Em agosto, houve uma terceira queda consecutiva nos preços de alimentos residenciais, contribuindo significativamente para uma inflação mensal negativa de -0,11%, medida pelo IPCA. O grupo Alimentação e Bebidas recuou 0,46%, com a categoria Alimentação no Domicílio caindo 0,83%, impulsionada por preços menores para itens como tomate, café moído, batata-inglesa e arroz.


Avanço do consumo nos lares: substituição de itens básicos por produtos de valor médio

Conforme levantamento da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o consumo nos lares brasileiros subiu 2,08% em agosto comparado a julho, descontando os efeitos da inflação. Em base anual (agosto/2024), o crescimento foi de 4,56%, e acumulado de 2025 mostra alta de 2,68%.
Há mudança perceptível no tipo de compras: moradores deixaram de focar em produtos de menor valor, migrando parte da cesta para itens de preço médio, que passaram de 44,1% para 56,3% da cesta de commodities em um ano — deslocamento que indica melhora no poder de compra. 


Emprego, renda e estímulos sustentam recuperação

O cenário de avanço do consumo também está sustentado por melhoras no mercado de trabalho e renda: a população ocupada no Brasil atingiu 102,4 milhões no trimestre encerrado em julho, crescimento de 400 mil pessoas em comparação com o ano anterior. A massa de rendimento real habitual subiu de R$ 322,4 bilhões para R$ 352,3 bilhões. 

Além disso, medidas extraordinárias, como restituições do Imposto de Renda, pagamento de benefícios do governo (Bolsa Família, Auxílio-Gás, PIS/Pasep), bem como devoluções de descontos indevidos do INSS, contribuíram como apoio de curto prazo ao poder de compra das famílias. 


Cesta de mercado e queda em 35 produtos de largo consumo

A Abras também aponta que a Cesta Abrasmercado — composta por 35 produtos de amplo consumo — apresentou queda de 1,06% em agosto em comparação a julho, sendo o terceiro mês consecutivo de queda. O valor da cesta recuou de R$ 813,44 para R$ 804,85. 

As maiores contribuições para essa redução vieram dos cortes em carnes (frango congelado, cortes bovinos dianteiro e traseiro), enquanto itens como ovo e pernil tiveram elevação. Regiões do Nordeste e Norte registraram as quedas mais acentuadas nos preços da cesta. 


O que isso significa para o consumidor e para os mercados

  • O alívio nos preços dos alimentos retrai a pressão inflacionária que vinha penalizando as famílias de menor renda, melhorando o poder de compra.
  • A migração para produtos de valor médio sinaliza confiança crescente quanto à renda disponível, sugerindo uma possível aceleração do consumo mais qualificado nas próximas rodadas.
  • Para o varejo (especialmente supermercados), isso representa oportunidade de ajustar mix de produtos, negociar margens e atender demanda por qualidade.

Fechamento explicativo:
A combinação de queda nos preços de alimentos com recuperação de emprego e renda sinaliza uma melhora no cenário de consumo doméstico. Embora o alívio inflacionário pareça consistente recentemente, os próximos meses serão decisivos: se os preços voltarem a subir, ou se choques externos afetarem a oferta, o ganho de poder aquisitivo poderá se perder. Para investidores em varejo, bens de consumo e cadeias de abastecimento de alimentos, o cenário hoje aponta para oportunidade, mas exige atenção aos custos de insumos e à velocidade com que o consumo se normaliza.


Fontes consultadas ao final

  • InfoMoney – (infomoney.com.br)
  • Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS)
  • IBGE